M-rated – O conteúdo maturo

06 setembro, 2010
Continuo a sublinhar que os géneros nas livrarias portuguesas não estão lá muito bem digeridas. Nunca vos aconteceu pegar no livro, folheá-lo e arrependerem-se por apanhar algo que não estavam à espera? Eu já, e acreditem que na altura foi bastante embaraçoso.
Costumo defender que o romance adulto não tem necessariamente ter cenas em que um pudico vos gritaria "CENSUREM!". E até tenho um excelente exemplo para vos dar - Shanna Swendson.


Foi provavelmente a autora mais original e hilariante que já li e bem a ponho num pedestal com Katie MacAlister. Existe contudo uma grande diferença entre as duas, e óbvio será dizer que não falo da história, mas do conteúdo maturo.
Enquanto que com os romances de Katie nos vamos deparando com "cenas de quarto" e alguma gore, Shanna consegue oferecer-nos uma dose semelhante de humor, menos o conteúdo maturo. O resultado é um livro com personagens adultas, mas que pode ser lido por um público de YA.
A abordagem de personagens adultas versus adolescentes é muito diferente e, para mim, sempre foi mais aliciante. A história que precede o livro que estou a escrever é M-rated, embora as personagens sejam mais novas do que as desta história. Apesar disso vou seguir a primeira escolha, deixando para trás as "cenas de quarto" e puxando apenas da gore quando necessário. Há maneiras de dar a volta a este tipo de coisas. Mesmo assim acredito que de certa maneira algumas vezes são precisas para a essência da história.

5 comentários:

wapy disse... [Reply]

Estabeleceste um belo ponto aqui, mas tenho de fazer algumas perguntas para ter a certeza se percebi bem.

Quando dizes conteúdo adulto, ou personagnes adultas, presumo que não te estejas a referir à idade. Quer dizer, estás a falar de serem adultos no sentido dos personagens já o serem, física ou psicológicamente, ou do facto de um personagem estar tão bem construído que o torne "adulto" aka passível de se ter sentado ao teu lado no comboio?

Anónimo disse... [Reply]

Eu estive aqui parada a pensar no que havia de comentar mas sinceramente não sei. Nunca li um único livro de nenhuma das duas escritoras acima mas tenho de adicionar à lista. Pode ser que me agradem.
E concordo com a Wapy, adultas como? Se pensarmos bem ate personagens que em corpo são crianças podem agir como adultas, daí a duvida.
De resto, continua com o blog, escreves bem e sabes captar a atenção de quem esta a ler, pelo menos a minha.
Fico à espera de mais. :)

rainfreak disse... [Reply]

@wapy
Refiro-me maioritariamente a ambos os aspectos. Apesar de podermos numa certa faixa etária ter o mesmo tipo de comportamentos (YA é uma categorização excelente por esse aspecto - não há uma diferenciação grande entre as duas fases de vida). É até com isso que costumo reforçar o ditado pessoal de "os adultos são adolescentes".
Mesmo assim, existem diferenças que transpõe do adolescente ao adulto. E basta-se subir a idade para as clarificar mais.
Claro está embora que hajam sempre excepções à regra.

rainfreak disse... [Reply]

@Di @
Antes de mais um super obrigada pelo elogio e espero continuar a agradar-vos. Actualizo sempre de 2a a 6a.
Vou gabar-te os livros e sem dúvida recomendar ambas as séries, a Enchanted, Inc da S. Swendson e a série Aisling Grey Guardian e as sequelas da K. MacAlister.
Tal como referi à Wapy, um YA tem um rácio que nós não temos categorizado em Portugal (com grande pena minha), que se estende mais ou menos dos 15/16 até aos meados dos 20 anos. Creio que aí a distinção já depende muito de cada indivíduo. Daí a minha preferência por personagens um pouco mais sólidas nesse aspecto.

wapy disse... [Reply]

@rainfreak
Se as personagens são adultas nos dois sentidos então até é uma coisa boa. Ter personagens completos é muito bom, até porque o que mais se vê no caso do YA são personagens com apenas uma face, meios ocos... Um tipo de personagem que não me interessa muito.

Que aliás, acho ser das coisas piores que o YA tem, por contraponto ao Mature. Se bem que também há muitos livros de "adultos" com personagens só de uma face, o que faz com que não me espante de termos tanta juventude a ler "livros de adultos".

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