Review - Orbias vol. I

30 janeiro, 2011
Não tenho por hábito fazer reviews, mas acho que sendo tão poucos os autores portugueses que pego que eles merecem que eu as faça além de na minha cabeça.

Ontem comecei o primeiro volume da dupla Orbias, pelo Fábio Ventura, As Guerreiras da Deusa.
Hoje de manhã terminei o livro.

A primeira coisa que me saltou à mente foi que o livro parecia um cross rasca de fantasia clássica, um mahou shoujo anime igual a todos os outros e Final Fantasy. Em alguns momentos quase que podia apontar quais as séries de onde isto ou aquilo tinha saltado. A ideia em geral era óptima e cheia de potencial. Mas houve tantos tropeções que os deixei de contar. Não tive nenhuma empatia com as personagens, desgostei imenso do Sebastian. Acho que a única personagem que ainda gostei algo foi o Adam.
A forma das armas, péssima ideia. No sexyness at all. Parecia mesmo saído de um mahou shoujo vulgar. Não encontrei razão nenhuma para gostar das protagonistas. Tive mais empatia com a história em si do que com elas, o que é uma pena, porque é o que liga mais um leitor ao livro. Para não falar de que senti as personagens como muito irreais pelos seus comportamentos e linguagem.
Houve muitas partes que poderiam ter sido cortadas, pois não faziam diferença nenhuma estarem ou não. Não chegou a existir nenhum momento de climax que me fizesse agarrar o livro colado à cara e suster a respiração.
Acho que o maior pecado ainda foi os deslizes para um cenário Twilight. Podiam ter passado ao lado, não fosse a esparrela de dar de caras com a frase de Noemi estampada no papel com "vampiro" pelo meio.
Sinto-me triste, porque levantaram-me muito as expectativas para o livro, e afinal não foi tão bom como esperava. 


Isto, contudo, é uma coisa boa. Ler um livro que não é tão bom, como autora, só me faz ganhar mais conhecimento em relação ao que não devo fazer. Porém não culpo somente as falhas ao autor.
Cada vez mais acho que a publicação de autores portugueses é deficiente. Não existe qualquer tipo de edição e revisão dos livros que são publicados. Pelo menos, é a ideia que transparece por parte das editoras e fico mais convencida disso a cada livro.
Não quero com isto parecer arrogante. Mas eu já li como quem respira, e já me passaram coisas estranhas pelas mãos. E consigo distinguir um bom livro de comuns. É impossível escrever-se um livro sozinho, vai-se cometer sempre muitas esparrelas. Os grandes hits que vemos passam pelas mãos de muita gente antes de irem para as prateleiras e às vezes chegam a ser bem diferentes do que o manuscrito inicial do autor. Isso aqui parece não acontecer. E os amigos e conhecidos dos autores parecem todos sofrer do síndrome de back patting, como a wapy diz. Todos dizem vão dizer que está bom, e por duas razões. Ou não percebem da coisa, ou simplesmente não têm coragem de dar uma opinião honesta. E são as críticas que nos fazem melhorar. Não as palmadinhas nas costas.

Anatomia esquelética de um plot

27 janeiro, 2011
Em referência ao post Estrutura e como organizar facilmente uma decidi exemplificar uma das formas que mencionei - post-it's/notas -, mas aliada ao método de resumo capitular. Isto é, a história é estruturada capítulo a capítulo, cada um descrito por um pequeno parágrafo entre cinco e dez linhas. Sempre que falta um detalhe ou deva haver uma introdução - basicamente uma nota lateral - ao invés de escrever na margem, que provavelmente tornaria essa nota quase invisível, adiciono um post-it na margem, que deliberadamente deixo maior para o colar.
 Algo do género. As notas são em inglês para ninguém em casa cuscar!
Segue um pouco o que fiz para o primeiro volume da série, listagens em tópicos para cada capítulo, com uma caixa para riscar, cada tópico correspondendo a uma média de cinco páginas. 
Também uso pequenos marcadores rectangulares, que tornam fácil indicar pequenas inserções a meio desses resumos:
 
Oh, olhem, sou eu! 8D

Se isto for mantido num caderno, ou algo semelhante, não perdem os papelitos. Por exemplo, eu costumo usar um caderno quadriculado A4 (acima na foto) ou A5 para manter notas de ideias para não só este manuscrito, como para outros da mesma série e de outras e até mesmo para designs dos livros ou sítios/cenas que descrevo em partes. Provavelmente vou mudar para um tamanho mais pequeno e portátil e com folhas sem linhas.

Recomendações III

22 janeiro, 2011
Ainda estou um pouco atordoada dos últimos trabalhos para a universidade e preciso de me organizar para trabalhar o livro.
Enquanto isso, tropecei no site That Cover Girl, o qual eu adorei.
Devo dizer que tenho grande queda para apreciar capas de livros, o qual se compreende vista bem a área na qual estudo e trabalho. O site é bastante interessante, tendo em conta que chega a haver mesmo entrevistas com  designers de capas de livros bastantes conhecidos.

Em ano novo

09 janeiro, 2011
Não deixo esmorecer o blog por vontade própria, verdade seja dita.
É complicado conciliar trabalhos que requerem bastante dedicação em termos horários (já nem digo de empenho), com hobbies. Ter-se uma actividade não serve só de ocupar tempo, mas de desanuviar, e bem desanuviar.
Pessoalmente tenho dois, aliados a um outro: desenhar manga e escrever, e fazer disso uma questão de ser internauta. Infelizmente, nada tenho feito para mim, ou praticamente nada. Será bastante claro para outros que me sinto triste de não poder alcançar realizações pessoais, especialmente porque a universidade se tem tornado bastante frustrante por questões que não quero abordar aqui.
Em vez disso vou dizer que o plot do livro está praticamente terminado e quase pronto a desenvolver. E já adquiri um livro biográfico de D. Sebastião, de Maria Augusta Lima Cruz. Estou com imensa vontade de o começar a ler, mas debato-me contra isso devido a ter tantos trabalhos e duas frequências para fazer em duas semanas até ao final deste semestre.

Quero mesmo voltar ao projecto, tenho uma vontade enorme que se interpõe com as minhas responsabilidades para com o meu futuro. Todavia tenho a sensação horrível que o meu tempo para actividades pessoais está contado, vá-se lá saber porquê.