A ideia

08 setembro, 2010
Hoje é a minha parte favorita - a ideia!
Pode surgir de qualquer sítio, a qualquer hora, com qualquer coisa e de qualquer maneira. Que loucura! Mas metê-la no sítio de forma compreensível a conversa já é outra.
Pessoalmente eu uso variados métodos, dependendo daquilo que quero apontar.
Quando inicialmente tenho uma ideia, costuma surgir com personagens a agir de uma determinada maneira numa determinada situação. Ou, caso raro, acordar com uma cena na cabeça. Nessas alturas o que eu faço é escrever a cena que tenho na cabeça. Não interessa que esteja mal,ou bem, que os nomes das personagens sejam definitivamente aqueles ou que no final a cena continue assim. É só pô-la em papel. Algo do género:

A noite fria afogava-se num breu infinito. Apenas as minutas luzes aqui e ali ao longo da rua lançavam feixes fugitivos sobre os passeios, mas que depressa eram engolidos pela imensidão da escuridão da madrugada. Gabriel Whittemore inalou profundamente. O ar estava húmido, o firmamento dissimulado pelas ameaçadoras nuvens. Mas o vento enfurecido que agitava os cabelos de Gabriel, que num gesto natural cobriam as suas finas sobrancelhas, arrastava consigo um odor que lhe era estranho e, contudo, o deixava desconfortável. Gabriel olhou para a rua abaixo dos seus pés. Mesmo na escuridão os seus olhos perscrutavam atentamente as ruas vazias e escuras. Nada. Não havia nada na rua, nem mesmo nos cantos mais obscuros. E contudo, Gabriel sentia um estranho pesar no seu âmago, deixando-o indisposto. Gabriel grunhiu inclementemente e tomou balanço, saltando do terraço do prédio para o passeio e aterrando suavemente sob os calcanhares.
Sim, às vezes até me surpreendo a mim própria.

Quando não tenho nenhuma cena na cabeça e só consigo visualizar o tipo de história que quero fazer escrevo simplesmente uma sinopse de um par de linhas e título (tenho uma tendência a dar nomes e títulos, mesmo que não sejam finais). Assim:
Depois tenho um método que uso imenso, do qual já falei no post anterior, que é as listas:
Não importa que estejam por ordem ou não. Costumo por vezes colocar um U ou um O para identificar se está ou não ordenado cronologicamente e acrescentar números para refazer a lista a limpo.

Este último método não é dos meus favoritos porque, verdade seja dita, eu não funciono bem e faço semrpe da pior maneira.
Basicamente, segue um pouco do Método do Floco de Neve Original e passa sobre escrever através da persoangem. Descrever em pequenos parágrafos o que a personagem quer, o que faz para o conseguir, os problemas (conflito) que surgem e como afectam a personagem e como a personagem soluciona o problema.
Por fim, quando já passámos esta fase inicial, começa-se a apontar as notas técnicas e personagens, relações e todos os outros detalhes, quer em esquemas, textos ou listas, é como preferirem.

2 comentários:

wapy disse... [Reply]

A tua letra continua a ser um mistério para mim! Logo eu, que já devia ter um curso feito em interpretação-da-caligrafia-da-Rainfreak! :3

De qualquer modo, também gostei deste post! Entendo que por as coisas no papel seja das coisas mais difíceis, mas acho que o problema de muita gente é tentar fazer logo perfeito e depois não voltar atrás para ver as asneiras que fez.

rainfreak disse... [Reply]

@wapy
Sim, não há nada pior que fazer isso. Atrofia demais. Por isso é que gosto de fazer os manuscritos em inglês.

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