Como encarar um manuscrito

16 outubro, 2011
Muitos diriam que isto só viria lá para o fim. Mas acredito que isto é uma boa forma de manter os olhos no objectivo - terminar o manuscrito - uma vez que existem pontos fulcrais que podem ajudar durante a elaboração do plot.
Como estou ainda a delinear o plot do actual volume vou mostrar-vos o outline do manuscrito do 1º volume, Somewhere in the Rain de 2007/2009 (e sim, o volume está mais de metade em inglês), que estou a usar para o webcomic SitR

O pormenor da minha desarrumação há quatro anos atrás.
Quando delineei pela primeira vez o SitR (cujo o nome nem era este, mas era tão lamechas que não me atrevo a pronunciá-lo) não tinha a totalidade da história, apenas partes que queria que estivessem obrigatoriamente na história. Todo o plot acabou por ser delineado por tópicos. Usualmente usam-se textos, eu, pessoalmente, tenho a mania das listas. Se tomarem atenção à listagem, os pequenos quadrados a azul não passavam de check boxes. Isto porque eu tinha em mente um determinado número de páginas por capítulo e na altura dividia cada capítulo em quatro partes de cerca de 5 páginas cada.
O que resultou em algo do género:

Só a grossura mete medo ao susto. O facto de estar todo escrito à mão é outra conversa.
Já quando o terminei me apercebi da confusão que estava toda a história - cenas desnecessárias, partes em falta, personagens que atrofiavam, falta de diálogos, etc. Para não falar que o terminei por mera perseverança forçada depois do livro Amanhecer da Stephenie Meyer ter saído a meio da minha escrita. Algo que arruinou a história ou me chamariam de plagiadora, tal como expliquei na altura na minha página da FicitonPress.

Uma vez que já tinha em mente mais dois volumes na série, decidi meter de lado este manuscrito, que acabei por pegar recentemente para o meu webcomic.

O que me ficou todavia de experiência em plots foi o seguinte:
  • É preferível desenvolver o plot de raiz, num método semelhante ao snowflake.
  • Convém ter boas anotações técnicas sobre a construção do mundo existente na história, independentemente de ser ficção fantástica ou não.
  • É bom ter um bloco de notas pertencente somente a cada história. Isso permite desimpedir confusões de informação.
  • É mais fácil ter objectivos curtos que longos. Cortar em partes uma história longa ajuda a manter motivação para terminá-la.
  • Resumir um livro ajuda a ter uma melhor ideia das falhas de um plot quando se escreve um manuscrito do princípio ao fim sem etapas. O método inverso é contudo mais aconselhável.

3 comentários:

Catarina Andrade disse... [Reply]

Tens aí um excelente trabalho! Independentemente de todas as falhas que enunciaste anteriormente, admiro imenso a tua coragem, vontade e preseverança para criares o manuscrito em questão. :)
Como já passaram uns anos, nota-se claramente que, graças à maturidade e à experiência que tens adquirido com esforço e dedicação, que conseguiste dar a volta às confusões, e que de certeza virá daqui um Webcomic espectacular, tanto a nível do plot, como a nível visual. :D

(se estiver errada em algum pormenor, diz-me :P)

wapy disse... [Reply]

Lembro-me vagamente das horas que passei a olhar para esse manuscrito xD Mas mais que isso, tenho de admirar a tua organização (e já agora, a força de vontade também). Sem organização é fácil uma pessoa perder-se no meio de tantas pontas soltas e perceber que o poderia ser uma boa história acaba por ficar algo sem pés nem cabeça.

rainfreak disse... [Reply]

@wapy
Lá isso é. Ajuda é a a levar as coisas até ao fim.

Enviar um comentário