Herói é o anti-herói

21 dezembro, 2010
Chegou a hora da famosa questão: que raio quero dizer com isto?
Tanto é uma resposta fácil como complicada.
Disse-me uma vez uma profissional da escrita que para que eu conseguisse criar tensão na história que estou a escrever devia tornar as coisas o mais complicado possível para as minhas personagens. Está claro, pois, que dito assim parece fácil. Mas a verdadeira chave de ouro foi a idiossincrática assinatura da Elaine Isaak, que a amiga da autora citou quando me esclareceu a minha dúvida: "You don't want to be my hero!" (não queiras ser o meu herói).
Embora a frase não seja muito sugestiva ao princípio, depois de deixá-la a fervilhar acendeu-se a lâmpada.
Quando penso em herói (e penso que muitos farão o mesmo) a imagem que me vem à mente é do cliché caminho fácil e final feliz. Mas depois pus-me a pensar e a verdade é que muitos dos meus livros favoritos têm protagonistas que, nesse contexto, seriam os piores heróis possíveis. Não porque não consigam resolver os problemas que lhes vão surgindo ao longo da história, mas porque passam a imagem do que domino de asskicking-badasses - heróis reluctantes e sem perfil nenhum de herói.
Logo daí a solução foi bastante óbvia: Tony Stark.

Tony Stark, Iron Man
Não digo que que seja um fac simile que se deva criar, mas sim entender porquê esta personagem é um herói tão bom. Ou neste caso, não.
Analisem as coisas da seguinte forma:
É uma personagem egocêntrica, arrogante e com poder. Depois têm todo o outro lado de ser algo um tanto ou quanto altruísta e patriota. É bastante conflictuoso, uma personalidade assim. Não deixa de ser por isso que se torna num herói, embora não seja um exemplo de herói a seguir!

4 comentários:

wapy disse... [Reply]

Gostei! :D

Criar heróis é difícil. Aliás, remontando aos meus tempos de secundário e à conversa com um professor de Português, ele explicou-me que um herói não é propriamente quem salva o dia, é apenas um personagem importante que enfrenta um antagonista. Mas dado que muitas pessoas acham que "herói" tem de ser alguém que salve o mundo, então muitos heróis de muitas farsas têm de ser despromovidos...

Continuando, deste um belo exemplo de um personagem que me cativou muito :] Acho que não podias ter escolhido melhor. Vai um pouco na ideia do anti-herói também, a ideia de que para ser o protagonista não é preciso ser-se super simpático e amante do Bem.

rainfreak disse... [Reply]

@wapy
Sim, há sempre aquele "clássico" que nos persegue a vida fictícia fora.
Foi simplesmente fantástico conseguir resumir algo a uma personagem para exemplificar, e fazê-lo tão bem!

S7alker disse... [Reply]

Excelente post. Creio que foste bem capaz de colocar em perspectiva uma questão bastante premente. E o Tony Stark (sobretudo o de Robert Downey Jr), é um exemplo bastante cativante.

Esta temática è-me sobretudo importante uma vez que é este o caminho que quero seguir na minha proporia escrita. Os anti-heróis são, provavelmente, os mais cativantes e interessantes. Veja-se o Dragon Ball. Toda agente sabe do Songoku, o herói clássico, com toda a sua pilha incomensurável de qualidades. Contudo, quando se fala em Dragon Ball, a maior parte das pessoas vai logo pensar no Vegeta, ou no Satã. Porquê? Porque eram interssantes. Os conflitos dentro deles próprios eram mais interessantes do que os duelos que enchiam os episódios, e isso define um bom personagem.

O problema, contudo, é que ests são personagens mt difíceis de escrever.

rainfreak disse... [Reply]

@S7alker
Sim, é como aquela questão do "they want the bad boys" xD

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